Na palma da mão

Poderia viajar pela órbita da Terra,
observando o oceano, a planície
e a imensidão visual da serra,
verdejante à superfície.

Ainda seria inglória busca
por algo inexistente,
que apesar de linda história,
me concederia dor à mente.

Poderia ter todo o planeta
na palma da mão,
mas seria contudo incompleta
a alma em questão.

Apesar de sentir a brisa
da paixão na face,
tenho noção que desliza
e cedo desaparece.

Efémeros momentos,
como aves de rapina.
Vêm e vão se desatentos
ao virar da próxima esquina.

Lembranças de sentimentos
que curam a quebrada menina,
de asas sem ventos
que voam na retina.

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